Mas porque essas bactérias são importantes?
Elas são importantes porque, durante a gestação, o corpo do bebê está em um ambiente estéril. Assim que o bebê nasce, ele é exposto a uma porção de bactérias, algumas patogênicas outras não. Enquanto o sistema imunológico da criança ainda não está preparado para lidar com todas essas novidades, bactérias não patogênicas entram em cena para proteger o corpo. Uma das bactérias que desempenham esse papel é a bifidobacterium infantis. Ela forma uma camada protetora no intestino do bebê, impedindo a colonização de bactérias patogênicas e protegendo a criança de doenças graves.
Para você ter noção da importância do aleitamento materno e dessas bactérias protetoras do intestino, bebês que nascem prematuros e que, por algum motivo, não recebem aleitamento materno tem muita dificuldade em formar uma microbiota intestinal adequada. Por conta disso, muitas vezes o intestino desses bebês são colonizados por bactérias patogênicas causando um problema grave que é a enterocolite necrosante. Essa condição causa lesões nas camadas do intestino permitindo que haja contaminação por bactérias na corrente sanguínea. Em média, 85% dos casos de enterocolite necrosante ocorrem em recém nascidos prematuros e por isso esse artigo que relaciona os componentes do leite materno com a criação de uma microbiota intestinal protetora é tão importante. Não só, cada vez mais se ressalta a importância do aleitamento materno sempre que possível como também esse estudo vai permitir um olhar e um tratamento diferente para bebês prematuros e, dessa maneira, aumentar as chances de sobrevivência.
Referências:
Cientistas desvendam por que leite materno tem moléculas de açúcar que bebês não digerem. BBC.
Artigo (ainda não está publicado, mas é possível ler o resumo):
Kirmiz, N., R. C. Robinson, I. M. Shah, D. Barile and D. A. Mills. 2017. Milk glycans and their interaction with the infant gut microbiota. Annual Review in Food Science & Technology (In Press).
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