Poliomelite foi uma doença devastadora até a década de 50 (como você pode ver aqui). A partir da criação das vacinas (uma criada por Albert Sabin e outra por Jonas Salk) com vírus inativados, os casos de pólio tiveram uma queda de 99%. Apesar desse sucesso, a Organização Mundial de Saúde tem um projeto de erradicar o vírus completamente e isso não pode ser feito enquanto utilizarmos vacinas com o vírus da doença. Para isso, a OMS auxilia projetos que tragam alternativas viáveis e eficientes. Uma dessas alternativas foi apresentada essa semana em um artigo na Nature Communications. Um grupo multidisciplinar conseguiu criar uma vacina para poliomielite a partir de partículas não virais que se multiplicam em plantas. Eu já falei sobre a criação de vacinas através de plantas aqui no blog, mas só para relembrar rapidinho, nesse caso, os pesquisadores implantaram uma partícula que mimetiza o vírus, mas não tem capacidade de se multiplicar, nem de infectar, mas é semelhante o suficiente para gerar uma resposta imune que protege quem toma a vacina. O trabalho de multiplicação da partícula fica por conta da planta. Já foi visto que esse método funciona bem para vacinas de HPV e hepatite (também já falei do sucesso desse método com o vírus da zika), mas os cientistas tiveram alguns problemas com o vírus da pólio (que é semelhante ao vírus da dengue e zika). Agora o grupo de pesquisadores espera que o sucesso alcançado não fique só no laboratório e que a vacina possa ser utilizada pela população. Dessa maneira, quem sabe daqui a alguns anos poderemos dizer que varremos o vírus da pólio da face da terra.
Microscopia eletrônica das partículas que mimetizam o vírus da pólio produzidas pela planta infectada. |
Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170815095126.htmArtigo completo (livre acesso):
https://www.nature.com/articles/s41467-017-00090-w
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