Procrastinar é deixar para depois alguma tarefa. Eu procrastino, tu procrastinas, eles procrastinam, nós procrastinamos. Todo mundo procrastina. Eu, por exemplo, enquanto estava escrevendo esse texto, parei em diversos momentos para fazer coisas aleatórias como fazer um lanche, olhar o Facebook, e-mail, etc. Toda essa procrastinação me atrasou algum tempo, mas não causou nenhum prejuízo. E você se sente mal por procrastinar?
Segundo pesquisas, o grupo de pessoas que mais procrastina são os estudantes. As desculpas são as mais diversas: “Eu funciono melhor sob pressão”. “Eu consigo terminar isso em menos tempo”. Ou simplesmente, “eu não quero fazer isso agora porque quero ver vídeo de gatinhos no Youtube”. Eu entendo que existem tarefas muito chatas na vida de qualquer pessoa, que se pudéssemos escolher, não faríamos, mas nós não podemos. O problema é quando a pessoa procrastina em tudo. Em alguns casos, a pessoa consegue gerenciar a situação, mas em outros, é comum sentir ansiedade, depressão e culpa por não fazer as tarefas.
Procrastinação não é uma disfunção psiquiátrica ou uma doença. Apesar disso, alguns trabalhos a associam a quadros de ansiedade, perfeccionismo clínico e depressão. Aproximadamente 15% da população é muito procrastinadora, tendo prejuízos por conta disso. Para essas pessoas é aconselhado tratamento psicológico ou psiquiátrico que amenizam a procrastinação e suas consequências. Um artigo recente de pesquisadores suecos testou os efeitos de terapia cognitivo comportamental em alunos procrastinadores. Os alunos voluntários tinham que responder questionários sobre suas dificuldades de iniciar e terminar compromissos, prazos, sintomas de ansiedade, depressão e bem-estar. A partir desses questionários, os pesquisadores conseguiram identificar um grupo de pessoas que procrastinavam mais e sentiam as consequências. Esses estudantes foram então divididos em dois grupos: um recebeu terapia presencial em grupo e o outro recebeu terapia online com questionários, tarefas e conselhos. Os pesquisadores notaram que seis meses após o término da terapia, a maioria dos estudantes que receberam terapia presencial relatou estar procrastinando menos e se sentindo melhor, enquanto que os estudantes que receberam terapia online voltaram aos mesmos índices de procrastinação. Os autores do estudo dizem que apesar da terapia ter melhorado a vida dos procrastinadores, ela seria indicada para procrastinadores problemáticos, ou seja, aqueles que têm a vida realmente afetada pelo problema.
A conclusão do estudo anterior é que procrastinação não é uma doença e todo mundo é um pouquinho afetado por ela. Afinal, quem não prefere ver vídeos de gatinhos no Youtube? Tim Urban explica muito bem esse mecanismo num TED talk em que conta a sua história como um procrastinador nato. Ele explica, de maneira muito divertida, o que a procrastinação causa na sua vida e quais as diferenças entre os cérebros de pessoas procrastinadores e não procrastinadoras. Confira no vídeo abaixo:
Piadas à parte, procrastinar não é pecado, mas é bom ficar atento aos efeitos que isso possa estar causando na sua vida. Existe uma porção de dicas e técnicas que você pode encontrar para tentar melhorar seu desempenho. Esse site, por exemplo, dá cinco dicas simples que você pode tentar. E se você perceber que a coisa está ficando feia, passa no seu psicólogo(a) ou psiquiatra e conversa com ele(a).
Referências:
Artigo sobre terapia cognitivo comportamental em procrastinadores: https://doi.org/10.1016/j.beth.2017.08.002
Psicólogo e professor de uma Universidade no Canadá dá dicas aos estudantes sobre procrastinação: https://www.youtube.com/watch?v=mhFQA998WiA (vídeo em inglês).
TED Talk com Tim Urban: https://www.youtube.com/watch?v=arj7oStGLkU (video em inglês).
5 Dicas para você melhorar a procrastinação.
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