No dia mundial de começar a dieta, segunda-feira, eu trago os resultados de uma pesquisa que indica o porquê da perda de peso nem sempre ocorrer da maneira que desejamos e porque isso não é nossa sua culpa. Além disso, esse estudo, a meu ver, abre um precedente para começarmos a prestar mais atenção à individualidade quando queremos fazer uma dieta eficiente, seja para perda de peso, seja para ficarmos mais saudáveis. Isso serve para acabar de vez com aquela crença de que a dieta de revista funciona para todos e se você não perdeu peso mesmo passando fome e se alimentando de folhas por duas semanas a culpa é sua. Acaba com a crença de que se a dieta da musa fitness do Instagram funcionou pra ela, vai funcionar pra você também, é só você se esforçar e nunca mais comer farinha branca ou batata frita na vida!
Então vamos à pesquisa. Os cientistas analisaram a microbiota intestinal (bactérias que povoam nosso intestino) e descobriram que a prevalência de uma ou outra espécie de bactéria indicava se a pessoa perdia mais ou menos peso com as duas dietas testadas.
Vamos fazer um P.S. para as dietas e falar um pouquinho sobre uma delas. Quando eu digo dieta, eu não quero dizer necessariamente dieta de restrição calórica para perda de peso. Dieta são as características alimentares do indivíduo. Uma das dietas testadas foi a “New Nordic Diet” (Nova dieta nórdica). Essa dieta é o resultado de uma reunião de profissionais em alimentação e chefs que aconteceu em 2004 em Copenhagen. O intuito dessa reunião era definir a nova cozinha regional, que, em contraste com os hábitos alimentares tradicionais, seria mais saudável. Basicamente a dieta foca na sustentabilidade e sazonalidade dos alimentos, evitando assim aditivos químicos e minimizando o desperdício. Segundo especialistas, essa dieta é muito parecida com a dieta mediterrânea, com exceção de alguns alimentos que refletem o clima da região, tipo de solo e disponibilidade de água para a produção. Basicamente você come o que sua região é capaz de produzir e, dessa maneira, você se alimenta de acordo com o clima e as atividades aos quais você está exposto. Parece uma coisa lógica, e de fato é, mas não é o que fazemos hoje em dia. Pense no Brasil, por exemplo, que é um país enorme com uma variedade de climas diferentes. A dieta que se segue no sul que é mais frio (pelo menos em alguns períodos do ano) não deveria ser a mesma dieta do norte. Não parece muito saudável aguentar um inverno frio no sul comendo salada e muito menos aguentar o calor do norte ou nordeste se enchendo de carne e feijoada. Dito isso, voltamos à pesquisa.
As duas dietas testadas foram a New Nordic Diet e uma dieta normal dinamarquesa receitada pelos pesquisadores. As características de ambas estão sumarizadas na tabela abaixo.
Então vamos à pesquisa. Os cientistas analisaram a microbiota intestinal (bactérias que povoam nosso intestino) e descobriram que a prevalência de uma ou outra espécie de bactéria indicava se a pessoa perdia mais ou menos peso com as duas dietas testadas.
Vamos fazer um P.S. para as dietas e falar um pouquinho sobre uma delas. Quando eu digo dieta, eu não quero dizer necessariamente dieta de restrição calórica para perda de peso. Dieta são as características alimentares do indivíduo. Uma das dietas testadas foi a “New Nordic Diet” (Nova dieta nórdica). Essa dieta é o resultado de uma reunião de profissionais em alimentação e chefs que aconteceu em 2004 em Copenhagen. O intuito dessa reunião era definir a nova cozinha regional, que, em contraste com os hábitos alimentares tradicionais, seria mais saudável. Basicamente a dieta foca na sustentabilidade e sazonalidade dos alimentos, evitando assim aditivos químicos e minimizando o desperdício. Segundo especialistas, essa dieta é muito parecida com a dieta mediterrânea, com exceção de alguns alimentos que refletem o clima da região, tipo de solo e disponibilidade de água para a produção. Basicamente você come o que sua região é capaz de produzir e, dessa maneira, você se alimenta de acordo com o clima e as atividades aos quais você está exposto. Parece uma coisa lógica, e de fato é, mas não é o que fazemos hoje em dia. Pense no Brasil, por exemplo, que é um país enorme com uma variedade de climas diferentes. A dieta que se segue no sul que é mais frio (pelo menos em alguns períodos do ano) não deveria ser a mesma dieta do norte. Não parece muito saudável aguentar um inverno frio no sul comendo salada e muito menos aguentar o calor do norte ou nordeste se enchendo de carne e feijoada. Dito isso, voltamos à pesquisa.
As duas dietas testadas foram a New Nordic Diet e uma dieta normal dinamarquesa receitada pelos pesquisadores. As características de ambas estão sumarizadas na tabela abaixo.
Dieta NND ADD | Fibras 43.3 g/10MJ* 28.6 g/10MJ* | Proteínas 18.1% 16.4% | Gorduras 30.4% 33.8% | Carboidratos 46.4% 45.3% |
Tabela comparando as principais características da Nova Dieta Nórdica (NND) e a dieta dinamarquesa regular (ADD). As quantidades de fibras, proteínas e gorduras são estatisticamente diferentes entre as duas dietas. *10MJ = 10 Mega Joules.
Os indivíduos foram divididos em dois grupos: um com alta prevalência da bactéria Prevotella spp. e outro com mais Bacteroides spp. Cada um desses grupos foi dividido novamente, sendo que uma parte recebeu a dieta nórdica e outra a dieta dinamarquesa. Eles aplicaram a dieta aos indivíduos pesquisados por 26 semanas. No final desse período, os resultados indicaram que os indivíduos com alta porcentagem de Prevotella spp. perderam mais que o dobro de gordura corporal em relação aos indivíduos com alta porcentagem de Bacteroides spp. seguindo a Nova Dieta Nórdica. Além disso, a diminuição da circunferência abdominal e a perda de peso também foram significativamente maiores nos indivíduos com alta porcentagem de Prevotella spp. seguindo a Nova Dieta Nórdica. Os pesquisadores ainda continuaram monitorando os indivíduos por um ano durante o qual foi recomendado que todos seguissem a Nova Dieta Nórdica. No final desse período os resultados indicaram que os indivíduos com mais Prevotella spp. mantiveram seu peso, enquanto os indivíduos com mais Bacteroides spp. ganharam, em média, 2, 76Kg.
Os mecanismos envolvidos que possivelmente causaram essa diferença podem ser vários como capacidade de utilização das fibras, sinalização cérebro-intestino (o que causa diferenças no comportamento), secreção de hormônios gastrointestinais que regulam o apetite, entre outros. Em suma, os pesquisadores sugerem a análise da microbiota intestinal como um marcador para determinar a melhor dieta para um indivíduo. Talvez isso ainda demore a se tornar uma rotina, mas enquanto isso fuja de dietas mega restritivas (a menos que você tenha algum problema de saúde), procure aproveitar o que o seu ambiente te oferece e, caso você queira alterar seu peso, ganhar massa muscular, perder gordura, etc, procure um profissional sério e não aceite dietas de gaveta porque ninguém merece passar o resto da vida comendo queijo branco, alface, arroz integral e peito de frango. O segredo é o equilíbrio sem neurose.
Se você quiser saber mais sobre como o nosso corpo determina o que queremos comer, esse é um ótimo texto para começar: Até que ponto somos responsáveis por tudo o que escolhemos comer?
Referências:
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