quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Links para saber mais - Adaptações epigenéticas

A epigenética é o termo utilizado para se referir a modificações no DNA que não envolvem mudanças na sequência de nucleotídeos. Elas geralmente causam alterações fenotípicas e são muito influenciadas por causas ambientais. Até pouco tempo se achava que as modificações epigenéticas ocorridas no DNA de um organismo não eram transmitidas para a sua prole. Esse conceito está mudando com novas descobertas. Apesar de ser conhecida a importância da epigenética na medicina humana, agora pesquisadores estão começando a estudá-la em diferentes cenários, como evolução de espécies, por exemplo.

É o que está fazendo um grupo de cientistas da Universidade de Utah. Eles analisaram duas espécies de tentilhões de Galápagos. Para cada espécie foram estudadas duas populações, uma vivendo na área rural e outra vivendo em área urbana. Como a urbanização das Ilhas Galápagos é recente, eles puderam analisar a resposta desses animais a essas mudanças.

Áreas de estudo e espécies analisadas. Fonte: Artigo original.
Os cientistas viram que as mudanças genéticas entre as duas populações (urbana e rural) foram mínimas em ambas as espécies. Já as modificações epigenéticas (nesse caso eles estudaram as metilações no DNA) eram pronunciadas. Os cientistas suspeitam que essas modificações epigenéticas estejam sendo herdadas pela prole. Ainda não se pode afirmar com certeza, pois somente duas populações de duas espécies foram estudadas, mas os autores do trabalho acreditam que a metilação no DNA possa ser responsável pela rápida adaptação dos tentilhões à urbanização das Ilhas Galápagos.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170824093814.htm

Artigo original (disponível para download):
Sabrina M. McNew, Daniel Beck, Ingrid Sadler-Riggleman, Sarah A. Knutie, Jennifer A. H. Koop, Dale H. Clayton, Michael K. Skinner. Epigenetic variation between urban and rural populations of Darwin’s finches. BMC Evolutionary Biology, 2017; 17 (1) DOI: 10.1186/s12862-017-1025-9.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Links para saber mais - Magic Mushrooms

By Arp - This image is Image Number 6514 at Mushroom Observer,
 a source for mycological images.
Magic Mushrooms é o nome usual pelo qual nos referimos a cogumelos alucinógenos. São cogumelos (de diversos gêneros) que possuem um composto chamado psilocibina. Esse composto é metabolizado pelo organismo gerando uma substância chamada psilocina responsável pelo efeito alucinógeno. Há muito tempo a indústria farmacêutica vem estudando esse composto, mas, até agora, a sua rota bioquímica de síntese era um mistério. Até agora!

Pesquisadores da Universidade Friedrich Schiller, na Alemanha, conseguiram caracterizar as quatro enzimas que compõe a rota de síntese da psilocibina. Além disso, eles criaram um loci contendo as enzimas importantes para essa síntese e implantaram em culturas de fungos e bactérias fazendo com que a substância fosse produzida por esses organismos.

Cogumelos alucinógenos são usados há séculos por povos da América Central, como Maias e Aztecas, em rituais espirituais. Eles possuíam grande importância para esses povos, como se pode comprovar nas escavações arqueológicas em que foram encontradas inclusive estátuas em formato de cogumelos. Mais recentemente, os cogumelos têm atraído as atenções das indústrias farmacêuticas, pois já existem estudos mostrando que eles podem ser usados com sucesso no tratamento de ansiedade em pacientes com câncer avançado e no vício em nicotina. Alguns estudos em andamento estão tentando avaliar se eles podem ser usados no tratamento da depressão também.

Para saber mais:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170825103955.htm

Janis Fricke, Felix Blei, Dirk Hoffmeister. Enzymatic synthesis of psilocybin. Angewandte Chemie International Edition, 2017; DOI: 10.1002/anie.201705489.

Grob CS, Danforth AL, Chopra GS, Hagerty M, McKay CR, Halberstadt AL, Greer GR. Pilot Study of Psilocybin Treatment for Anxiety in Patients With Advanced-Stage Cancer. Arch Gen Psychiatry. 2011;68(1):71–78. doi:10.1001/archgenpsychiatry.2010.116

Matthew W Johnson, Albert Garcia-Romeu, Mary P Cosimano, Roland R Griffiths. Pilot study of the 5-HT2AR agonist psilocybin in the treatment of tobacco addiction. Journal of Psychopharmacology. 2014; 28 (11): 983 - 992.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

O fim das cáries. Será?

Quem nunca teve um dente cariado que atire a primeira pedra. A cárie é um problema muito comum no mundo todo e atinge pessoas de todas as idades, mas principalmente crianças. No Brasil os índices vêm diminuindo ano a ano graças a um programa vinculado ao SUS chamado Brasil Sorridente implantado em 2004 e que leva cuidados odontológicos à população. Desde 2004, mais de 77 milhões de pessoas já foram atendidas pelo programa que hoje é referência mundial em tratamento odontológico e já é possível notar os resultados com a queda nos índices de cáries pela população infantil e adulta.

Todo mundo sabe que escovar os dentes regularmente previne o aparecimento de cáries, mas também existem outros fatores que podem influenciar como uso de medicamentos, algumas doenças e até a genética. Não seria ótimo se pudéssemos ter um método eficiente para prevenção de cáries que ajudasse todo mundo? Pois é o que um grupo multidisciplinar de pesquisadores da Universidade do Alabama criaram.

Para entender melhor o que os cientistas fizeram, deixa eu te explicar rapidamente como surge a cárie. Na maioria das vezes o processo inicia com uma bactéria chamada Streptococcus mutans. Essa bactéria forma uma película (ou biofilme) e libera ácido lático resultante da fermentação de carboidratos no interior da cavidade bucal, alterando o pH bucal (fica mais ácido) e, com isso, causando a corrosão do esmalte do dente (camada dura). Após a corrosão da camada mais dura do dente, forma-se um buraco onde há, cada vez mais, acúmulo de bactérias e detritos. As bactérias vão corroendo o interior dos dentes até, em alguns casos, chegarem aos nervos causando inflamação e dor.

Agora que eu já dei uma explicação (bem simples) de como se forma a cárie fica mais fácil entender o que os pesquisadores estão fazendo. Eles conseguiram isolar uma molécula (não divulgada) que é capaz de inibir a formação da película que se origina da bactéria S. mutans. Sem a formação desse biofilme, não há secreção de ácido lático e não há corrosão do esmalte dos dentes. Os cientistas afirmam que o composto não é bactericida e é específico para essa espécie de bactéria.

O biofilme formado por essa bactéria é composto por três enzimas. A substância escolhida pelos pesquisadores tem efeito em duas delas. Eles testaram a substância em ratos com uma dieta propícia ao aparecimento de cáries e notaram que seu uso diminuiu significativamente o aparecimento de cárie após quatro semanas de tratamento.
Efeito da substância estudada (G43) no biofilme de duas bactérias. 

Agora é esperar que os estudos avancem e que o efeito terapêutico possa ser confirmado em seres humanos para que o medicamento possa ser feito. Até lá, não se esqueça de escovar bem os dentes!

Referências:

Programa Brasil Sorridente.

Artigo original disponível para download: Qiong Zhang, Bhavitavya Nijampatnam, Zhang Hua, Thao Nguyen, Jing Zou, Xia Cai, Suzanne M. Michalek, Sadanandan E. Velu, Hui Wu. Structure-Based Discovery of Small Molecule Inhibitors of Cariogenic Virulence. Scientific Reports, 2017; 7 (1) DOI: 10.1038/s41598-017-06168-1.

Problemas genéticos que podem causar aparecimento de cárie: https://www.sciencedaily.com/releases/2017/02/170207142621.htm

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Novo modelo para estudo de vício em opioides

Opioide é um grupo de fármacos derivados do ópio que atuam em receptores específicos no cérebro produzindo insensibilidade à dor. O mais conhecido é a morfina. Eu já falei aqui no blog sobre os problemas causados pelos opioides, sendo o vício o maior deles (se você ainda não leu, leia aqui). Pouco ainda é conhecido sobre os mecanismos que levam ao vício por opioides e os tratamentos existentes ainda são precários. Entender como o organismo é levado ao vício é a melhor maneira de produzir tratamentos eficientes. Pesquisadores da Universidade da Saúde de Utah estão testando um novo modelo para o estudo de comportamento: um peixinho conhecido como zebrafish ou paulistinha. Segundo os pesquisadores, ele possui os mesmos receptores de opiáceos que seres humanos. Era preciso saber se ele poderia se viciar e ser útil como um modelo de comportamento e, futuramente, em testes de possíveis tratamentos.

Crédito: University of Utah Health
Para responder essa questão, os pesquisadores condicionaram os peixinhos a “subir” em uma plataforma para serem alimentados. Cada vez que um peixe se deslocava em cima da plataforma, uma luz era acionada e o movimento registrado. Outra plataforma foi mantida no mesmo taque para controle. Os pesquisadores registraram o número de vezes que os peixes subiram na plataforma em busca de alimento. Um tempo depois, eles substituíram o alimento por hidrocodona (um tipo de opiáceo). Da mesma maneira, registraram o número de vezes que os peixes subiam na plataforma para receber a dose de hidrocodona. E foram muitas vezes. Eles fizeram um vídeo que mostra exatamente isso, veja:


Os cientistas ainda realizaram mais alguns testes dificultando cada vez mais o acesso à droga pelos peixes. O que eles viram foi que os peixes ultrapassavam as dificuldades, arriscando o seu bem estar, para conseguir novas doses de hidrocodona e, caso não conseguissem, mostravam sinais de ansiedade e estresse, comuns na fase de abstinência. 

Com esse experimento eles concluíram que o zebrafish é um modelo comportamental para estudos de vício em opióides e pode ser utilizado na descoberta de novos tratamentos para esse problema que cresce a cada ano.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170825140633.htm

Artigo completo: 
Gabriel D. Bossé, Randall T. Peterson. Development of an opioid self-administration assay to study drug seeking in zebrafish. Behavioural Brain Research, 2017; DOI: 10.1016/j.bbr.2017.08.001

Vídeo:

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Links para saber mais - Potencial adaptativo dos genes

Os cromossomos são formados por diversos genes (e regiões não codificadoras). Os genes podem sofrer mutações, gerando um novo produto ou perdendo a capacidade de formar uma proteína funcional. Até aí nenhuma novidade. A novidade vem quando cientistas conseguem provar que, dependendo da posição do gene, este é mais ou menos propenso a sofrer mutações. Em última instância, a evolução de um gene é dependente da sua localização no cromossomo.

O grupo de pesquisadores, do Instituto de Tecnologia da Áustria, conseguiu provar essa afirmação através de um experimento com bactérias. Eles adicionaram um gene de resistência à tetraciclina em uma cepa de E. coli que permitia à bactéria expulsar o antibiótico caso esse adentrasse a membrana. Após isso, os cientistas adicionaram quantidades crescentes de tetraciclina ao meio de cultura com o objetivo de “ligar” o gene. O gene poderia ser mais ativo caso ocorresse uma mutação que aumentasse a atividade do gene. Dessa maneira, as bactérias ficariam aptas a sobreviver e se multiplicar. O que os cientistas observaram foi que, dependendo da posição do gene no cromossomo, a sobrevivência das bactérias era maior ou menor, pois a vizinhança do gene influenciava ou até impedia que a mutação que aumentava a atividade do gene ocorresse.

Classificação dos genes de E.coli de acordo com o potencial adaptativo. Genes que estão na intersecção de todos os círculos possuem maior potencial adaptativo baseado na vizinhança no cromossomo.
Os cientistas esperam que os resultados possam ser úteis para prever se uma resistência a determinado antibiótico é esperada ou não.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170725083649.htm

Artigo original aqui (disponível para download). 

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Links para saber mais - Origem dos cães

Cães foram os primeiros animais a serem domesticados pelos seres humanos. O fóssil mais antigo conhecido com características de cães e diferente dos lobos é datado de 15 mil anos e foi encontrado na Alemanha. Um time liderado por um professor Krishna R. Veeramah da Stony Brook University (NY) contradiz um estudo publicado em 2016 que sugere que a domesticação dos cães aconteceu em dois eventos distintos, um na Europa e um na Ásia. Segundo suas análises, Krishna sugere que houve somente um evento de domesticação e aponta erros técnicos no artigo de 2016 que levaram os pesquisadores a conclusão de dois eventos de domesticação.


De acordo com os resultados do novo estudo, o período da primeira domesticação ocorreu entre 20mil e 40 mil anos atrás. Eles analisaram o DNA de um fóssil encontrado na Irlanda datado de 7 mil anos e viram que ele era semelhante às raças europeias (e semelhante à maioria das raças que são vistas como cães de estimação atualmente). Os pesquisadores também sugeriram que por volta de 5 mil anos atrás, no início da era de bronze, populações que migravam da Europa para a Ásia levavam consigo seus cães dando origem a misturas do que viriam a ser as raças asiáticas. Segundo o pesquisador responsável, ele espera que novos sequenciamentos de fósseis encontrados na Eurásia ajudem a desvendar a origem dos cães. 

Onde surgiu o primeiro cão ainda é um mistério, mas eu, particularmente, agradeço muito à pessoa que teve a ideia de domesticar essas bolinhas de pelo fofas.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Links para saber mais - Cúrcuma X Câncer

Nanopartículas envoltas em curcumina, um componente da cúrcuma ou açafrão da terra, foram utilizadas com sucesso no tratamento de neuroblastoma. Neuroblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve nas glândulas adrenais geralmente em crianças menores de 5 anos de idade. Costuma ser agressivo e resistente aos tratamentos utilizados normalmente.

Nanopartículas de óxido de cério utilizadas no estudo. 
Não é de hoje que cientistas sabem que a curcumina possui efeito no tratamento de câncer, mas a sua baixa estabilidade e solubilidade fazem com que seja difícil formular uma droga baseada nessa substância. Para resolver esse problema, eles utilizaram nanopartículas que fizeram com que a curcumina chegasse íntegra até as células tumorais, causando a morte dessas células.


Além dos resultados promissores, outra vantagem dessa técnica foi que ela não causou danos a outras células, nem foi tóxica ao organismo, como a maioria dos tratamentos contra o câncer. Como neuroblastoma é mais comum em crianças, a toxicidade dos remédios afetava não só durante, mas também após o tratamento causando danos a longo prazo.

Agora é esperar por mais estudos que comprovem esse benefício do novo tratamento e quem sabe daqui a alguns anos teremos uma nova e poderosa arma para lutar contra o câncer. Enquanto isso, não faz mal algum ir adicionando pitadas de cúrcuma na alimentação.

Eu já falei sobre os benefícios da cúrcuma e outros alimentos no combate ao câncer aqui no blog. Se você não leu, clique aqui.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170725122040.htm

Artigo completo aqui.


terça-feira, 22 de agosto de 2017

Links para saber mais - Nova vacina para poliomelite

     Poliomelite foi uma doença devastadora até a década de 50 (como você pode ver aqui). A partir da criação das vacinas (uma criada por Albert Sabin e outra por Jonas Salk) com vírus inativados, os casos de pólio tiveram uma queda de 99%. Apesar desse sucesso, a Organização Mundial de Saúde tem um projeto de erradicar o vírus completamente e isso não pode ser feito enquanto utilizarmos vacinas com o vírus da doença. Para isso, a OMS auxilia projetos que tragam alternativas viáveis e eficientes. Uma dessas alternativas foi apresentada essa semana em um artigo na Nature Communications. Um grupo multidisciplinar conseguiu criar uma vacina para poliomielite a partir de partículas não virais que se multiplicam em plantas. Eu já falei sobre a criação de vacinas através de plantas aqui no blog, mas só para relembrar rapidinho, nesse caso, os pesquisadores implantaram uma partícula que mimetiza o vírus, mas não tem capacidade de se multiplicar, nem de infectar, mas é semelhante o suficiente para gerar uma resposta imune que protege quem toma a vacina. O trabalho de multiplicação da partícula fica por conta da planta. Já foi visto que esse método funciona bem para vacinas de HPV e hepatite (também já falei do sucesso desse método com o vírus da zika), mas os cientistas tiveram alguns problemas com o vírus da pólio (que é semelhante ao vírus da dengue e zika). Agora o grupo de pesquisadores espera que o sucesso alcançado não fique só no laboratório e que a vacina possa ser utilizada pela população. Dessa maneira, quem sabe daqui a alguns anos poderemos dizer que varremos o vírus da pólio da face da terra.

Microscopia eletrônica das partículas que mimetizam o vírus da pólio produzidas pela planta infectada.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170815095126.htm

Artigo completo (livre acesso):
https://www.nature.com/articles/s41467-017-00090-w

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Links para saber mais - surgimento dos animais

Descoberta a provável causa da origem dos primeiros animais no planeta terra. Segundo pesquisadores da Austrália, você, eu e todo mundo devemos nossa existência ao surgimento de algas. 

Archeaplastida - grupo de algas que surgiu durante as
glaciações e possibilitou o surgimento dos animais.
Isso mesmo.

O grupo de cientistas da Universidade Nacional Australiana encontrou fósseis que mostram a rápida ascensão das algas após um período glacial que durou 50 milhões de anos. Esse período congelou praticamente tudo, fazendo com que uma quantidade enorme de matéria orgânica e nutrientes ficassem acumulados. Após esse período, houve um aquecimento global que fez com que a água descongelasse, formasse rios e levasse com ela os nutrientes acumulados por todos esses anos. Isso foi crucial para a expansão das algas que formaram uma base de cadeia alimentar mais nutritiva, possibilitando que ecossistemas mais complexos pudessem surgir.

O artigo original só está disponível para assinantes da Nature, mas na página do resumo é possível ouvir um podcast com os autores do trabalho (em inglês).


Mais informações:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170816134727.htm

Links para saber mais - Resistência a antibióticos

Você já se perguntou qual a origem da prescrição de 1 ou 2 semanas de antibiótico?

Você logo imagina que esse tempo foi escolhido baseado em estudos? Pois aparentemente, não. Segundo Martin Llewelyn (Brighton and Sussex Medical School- Reino Unido), a quantidade de dias prescritos é maior que o necessário pois, antigamente, os médicos queriam ter certeza de que o paciente melhorasse, mesmo parando de tomar o antibiótico antes do período recomendado (o que acontecia com frequência). Ele defende que tomar antibiótico por períodos mais curtos também são efetivos para eliminar as bactérias e causam menos danos ao nosso organismo (visto que antibióticos também atacam as bactérias que residem no nosso corpo).

Atualmente pesquisadores e médicos estão tentando mudar as diretrizes, já que existem estudos que mostram que pessoas que tomam mais dias de antibiótico ou utilizam tratamentos mais severos, por exemplo combinando mais de um tipo de antibiótico, tem mais chance ter uma bactéria resistente. 

Isso não quer dizer que você pode tomar remédio por quanto tempo você achar melhor. Essa é uma decisão para ser tomada junto com o médico e depende muito da situação.

Quer saber mais sobre esse assunto? Veja os trabalhos que eu separei:

Why the latest advice on stopping antibiotics is long overdue.

The antibiotic course has had its day. BMJ

Effect of antibiotic prescribing in primary care on antimicrobial resistance in individual patients: systematic review and meta-analysis. BMJ

More antibiotics may not always be better.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

"Não tenho provas, mas tenho convicção" também não funciona para a vida selvagem

Se você acha que a ideia: "Não tenho provas, mas tenho convicção" é uma boa maneira de decidir sua opinião sobre algo, pense novamente. Vamos fazer um exercício para eu tentar te explicar o meu raciocínio. Na sua opinião, qual dessas estruturas você acha que impacta mais a vida dos pássaros? Estradas ou torres de energia eólica?



Se você pensou que as torres geram, além de energia, problemas para os pássaros, é melhor você ler esses dois estudos publicados recentemente (eles são baseados em provas): Um, sobre o impacto (que se pensava não ser significativo) das estradas na vida dos pássaros e o outro sobre o impacto (ou a falta dele) das torres de energia eólica em pássaros de planícies.

O primeiro estudo avaliou o impacto de estradas (com 2, 4 e 6 pistas) na movimentação e sucesso reprodutivo de pássaros de diferentes tamanhos. Os resultados mostram que pássaros menores tendem a ser mais prejudicados, evitando a passagem pelas rodovias. A estrada torna-se uma barreira para algumas espécies e impede que elas realizem “serviços” ecológicos como polinização ou controle de pragas nos dois lados da estrada. Além disso, a quantidade de ninhos diminui perto da rodovia e, dependendo da espécie, esse fator pode ser crucial para o sucesso reprodutivo e manutenção da espécie. Os cientistas sugerem que sejam construídos túneis ecológicos que permitam a livre passagem dos animais, diminuindo, dessa maneira, o impacto causado pelas necessidades humanas de transporte.

O segundo estudo traz resultados animadores. A instalação de torres de energia eólica em planícies, apesar das indiscutíveis vantagens da geração de energia limpa, sempre trouxe uma preocupação a respeito do impacto que essas estruturas teriam na vida de pássaros nesse ambiente. Nos Estados Unidos (local da pesquisa), os pássaros de planície são os que possuem taxa de declínio de espécie mais acentuada. Os pesquisadores monitoraram o trajeto do dia-a-dia de uma população de pássaros vivendo próximo de uma instalação com 36 turbinas de energia eólica. Foram avaliadas características como escolha do lugar do ninho, sucesso do ninho e dos filhotes, etc, em locais que variavam de menos de 1 Km de distância de torres até 20 Km de distância. Os pesquisadores não encontraram evidências de que as torres de energia estivessem causando impacto negativo na população de pássaros. Segundo os autores, as coisas que mais impactaram a escolha do local do ninho e o sucesso deste eram as características da vegetação (esta sim impactada e alterada por conta do uso de terra para pastagens) e a presença de estradas (olha as estradas ai novamente).

Esses dois estudos mostram que suposições são perigosas quando se trata de vida selvagem e sua sobrevivência. Temos que avaliar cientificamente, sempre, o impacto gerado pelo nosso estilo de vida no ecossistema como um todo e pensar em soluções boas para ambos os lados. Ninguém discute a importância de estradas e energia elétrica em nossas vidas, mas ter esses luxos causando menos impacto no ambiente a nossa volta é possível.

Referências:
Nest site selection and nest survival of Greater Prairie-Chickens near a wind energy facility. The Condor. 

Birds and Roads: Reduced Transit for Smaller Species over Roads within an Urban Environment. Frontiers in Ecology and Evolution.


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Links para saber mais - Vacina para Zika

Pesquisadores do Arizona anunciaram na última semana o desenvolvimento de uma provável vacina para o vírus da Zika. Os resultados preliminares foram publicados na revista Scientific Reports. Atualmente não existe nenhuma vacina disponível para o público, mas alguns testes clínicos em seres humanos já estão em andamento. A vacina dos pesquisadores do Arizona foca numa proteína específica do capsídeo do vírus da Zika e é produzida em plantas de tabaco. O pesquisador responsável, Qiang Chen, já trabalha com essa técnica de produção de vacinas em plantas há algum tempo, mas focado em vírus da febre do Nilo e Dengue. Segundo ele, essa técnica tem várias vantagens, incluindo o custo de produção mais barato e a velocidade com que a vacina fica pronta (nesse trabalho, as proteínas para a produção da vacina puderam ser "colhidas" em apenas 7 dias).

Foto: Jason Drees, Biodesign Institute, Arizona State University
A Zika virou uma epidemia mundial e chamou a atenção, pois o vírus causa danos não só na pessoa infectada, mas também, no caso de mulheres grávidas, pode atingir o feto causando uma série de problemas. Além disso, a doença é mais agressiva quando a pessoa já teve contato com o vírus da dengue, o que é muito comum na América do Sul já que os dois vírus são transmitidos pelo mesmo vetor. Até agora, não há vacina e o único método de proteção é a prevenção. Autoridades de saúde, pesquisadores e governos não poupam esforços para combater do mosquito transmissor e o vírus. No texto publicado aqui no blog, você pode saber mais sobre as estratégias para o combate do mosquito Aedes aegypti.

Referências:
www.sciencedaily.com/releases/2017/08/170809073238.htm


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Links para saber mais

     Darwin já dizia, em “A expressão das emoções no homem e nos animais”, que os animais sentem e demonstram emoções básicas tanto quanto nós, seres humanos. No seu livro, ele ainda fala que a expressão dessas emoções são, muitas vezes, semelhantes entre animais muito diferentes e aplica isso na Teoria da Evolução concluindo que essas expressões são herdadas de antepassados primitivos. Para escrever tal livro, ele e os colaboradores, obviamente, conseguiram reconhecer essas emoções em animais primatas e não primatas.

     Agora, um grupo de cientistas da Holanda confirma a parte da teoria que diz que uma das maneiras de reconhecermos essas emoções é através de sinais acústicos. Segundo seus estudos, humanos não só reconhecem demonstrações físicas de emoções em outros animais, como também são capazes de reconhecer sinais acústicos que indicam tais emoções em anfíbios, répteis, aves e mamíferos. O reconhecimento independe da língua nativa do humano, sugerindo que a habilidade está biologicamente enraizada em nós. A pesquisa indica que as expressões vocais das emoções são um mecanismo compartilhado entre todos os vertebrados.


Referências:

www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170726102942.htm

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Links para saber mais

     Até pouco tempo se pensava que as memórias de pessoas que sofrem de Alzheimer eram apagadas por conta da destruição dos neurônios responsáveis por armazena-las. Agora um grupo de pesquisadores acredita que na verdade as memórias continuam no cérebro, mas com a doença, elas não podem mais ser corretamente acessadas. Eles chegaram a essa conclusão ao utilizar uma técnica nova chamada de optogenética, que consiste na combinação de técnicas de luz, genética e bioengenharia. Através dessa técnica, eles foram capazes de acessar memórias em modelos de ratos com Alzheimer. Ainda não é possível utilizar esse método em humanos, mas os pesquisadores acreditam que os resultados revolucionários abrem novas possibilidades de tratamentos para as pessoas portadoras da doença, como por exemplo, a fabricação de drogas específicas que restaure a habilidade de acessar as memórias “esquecidas”. 

Artigo original AQUI.

Todo o nosso DNA é funcional?

Cada um de nós possui, em praticamente todas as células, uma molécula enorme de DNA. Certamente, muita energia é dispensada para enovelar esse DNA e fazer essa molécula enorme caber dentro do núcleo das células. Além disso, a cada ciclo de replicação celular, toda a molécula deve ser copiada, avaliada e corrigida para garantir que as células filhas desempenhem todas as funções corretamente. Convenhamos que isso é trabalho suficiente para uma célula. Há uma quantidade enorme de enzimas envolvidas, tempo e toda a energia gasta para replicar e estocar uma molécula. Dito isso, você deve se imaginar que todo esse DNA deve ter função ou a célula não dispensaria todos esses recursos, certo?

Errado.

Apesar disso, muitos criacionistas e defensores da Teoria do Design Inteligente defendem exatamente esse ponto de vista. Para eles, o nosso DNA nos diz exatamente quem somos, nos diferencia das outras espécies (até ai tudo bem)e, assim como todas as outras partes do nosso corpo, apresenta uma função bem definida. Segundo eles, todo o nosso DNA seria funcional, ou seja, composto de genes.

Mas não são só religiosos que defendem esse ponto de vista. Um grupo (grande, bem grande) de cientistas deu vida ao projeto ENCODE. O projeto ENCODE (Encyclopedia of DNA Elements) mapeou regiões de transcrição, regiões associadas com fatores de transcrição, estrutura da cromatina e modificação de histonas. Através desse mapeamento, os cientistas chegaram à conclusão que 80% do genoma possui função bioquímica.

Deixemos de lado o porquê de esses cientistas terem chegado a essa conclusão e o que eles consideram função bioquímica. Recentemente um artigo publicado na Genome Biology and Evolution utilizou a ferramenta mais básica e universal para contrapor os resultados do projeto ENCODE: matemática. Nada absurdo, nada que necessite de supercomputadores, nada disso. O que os pesquisadores fizeram foi simplesmente calcular, baseado na taxa de mutação, qual deveria ser a taxa de fertilidade para manter os números populacionais atuais caso o nosso DNA fosse composto basicamente por regiões funcionais. A saber, atualmente, se estima que pouco mais do que 8% do nosso DNA seja funcional.

Os resultados foram que, utilizando a menor taxa de mutação estimada, caso 80% do nosso DNA fosse funcional, cada casal deveria ter 15 filhos, sendo que somente 2 iriam sobreviver (os outros morreriam por conta das mutações deletérias em partes importantes do DNA) para manter os números populacionais atuais. Agora, utilizando uma estimativa de alta taxa mutacional, cada casal deveria ser capaz de gerar 5X1042 filhos. Basicamente, esse número é maior que o número de estrelas visíveis no universo. Para o caso de 100% do DNA ser funcional, como afirmam os criacionistas, cada casal deveria gerar de 24 (menor taxa de mutação) a 5X1053 (maior taxa de mutação) filhos. Depois desses resultados chocantes, o autor ainda adiciona outras variáveis na conta, como endogamia e epistasia e brinca com os números.


 A conclusão, baseada nos cálculos de taxa de fertilidade, é que de 8 a 14% do DNA seria funcional, o que bate com a estimativa atual. Isto é, a função de boa parte do nosso DNA é não ter função.


Referências:
At least 75 per cent of our DNA really is useless junk after all

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Links para saber mais

Muitos estudos de comportamento de mamíferos focam nas relações entre parentes maternos, mas Emily Lynch foi além. Essa cientista, da Universidade do Missouri, juntamente com um grupo de colegas investigaram se a figura paterna presente impactava no desenvolvimento da vida social de babuínos. A conclusão (que parece óbvia para nós que também somos primatas) é que ter o pai presente fortalece os laços sociais entre irmãos. Os cientistas ainda não sabem dizer como isso ocorre, já que os filhotes não sabem exatamente quem é o verdadeiro pai dentre os machos do grupo. Mais estudos que foquem nessa questão da relação entre pai e prole são necessários e quem sabe, dessa maneira, muitos pais humanos consigam entender o impacto da sua presença na vida dos filhos.
By Muhammad Mahdi Karim (original photograph), Papa Lima Whiskey (derivative edit) - Own work, GFDL 1.2, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11259097

Fonte: 
Fathers enhance social bonds among paternal half-siblings in immature olive baboons (Papio hamadryas anubis) - https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00265-017-2336-y

Para saber mais sobre a sociedade dos babuínos: https://en.wikipedia.org/wiki/Olive_baboon

O seu sabonete bactericida é realmente bactericida? É bom usar produtos bactericidas?

Bom, eu vou responder logo as duas perguntas do título para não matar o povo de ansiedade (só lembrando que essa é a minha opinião baseada nas minhas pesquisas. Se você tiver outra opinião e quiser discutir os dados, por favor, deixe seu comentário). A primeira pergunta: Não, o seu sabonete bactericida não é realmente bactericida. Ele não mata 99,99% das bactérias da sua mão ou do seu corpo (ainda bem). Mesmo assim, ele mata uma quantidade considerável de bactérias (boas e ruins), gerando uma pressão seletiva e fazendo com que as bactérias que restaram possam desenvolver mecanismos de resistência. Voltaremos a esse tópico mais adiante. Segunda pergunta: Não, não é bom usar produtos bactericidas. Vamos esclarecer, quando eu digo que não é bom usar produtos bactericidas, eu me refiro a sabonetes e detergentes com agentes bactericidas e não a antibióticos receitados por médicos. Assim que eu explicar como esses produtos causam resistência bacteriana, vai ficar mais claro porque não é bom usa-los.


Como funcionam e porque sabonetes bactericidas podem causar resistência bacteriana.
A maior parte dos sabonetes antimicrobianos possui triclosan ou triclocarban. Ambas as substâncias são realmente bactericidas, mas não na concentração utilizada nos sabonetes. Nos sabonetes, essas substâncias agiriam, no máximo, como bacteriostáticos (detém o crescimento das bactérias sem efetivamente mata-las). Quando utilizado em concentrações altas (1%), o triclosan favorece a saída de potássio das células bacterianas, causando uma desestabilização da membrana e levando a morte da bactéria. Nas concentrações encontradas nos sabonetes (0,1% a 0,45%), ele atua em uma enzima que participa da síntese de ácidos graxos, inibindo essa rota. Com isso, a bactéria não consegue se reproduzir. Visto isso, não é difícil perceber porque esses sabonetes falham em praticamente todos os testes de eficácia independentes ao qual são submetidos.

Então você pergunta: mas se eles não matam as bactérias, como eles causam resistência? Através de um mecanismo chamado pressão seletiva. Pelo fato de se acumularem no meio ambiente, chegando a concentrações altas, matando as bactérias susceptíveis e selecionando as mais “fortes”. Se você pensar que essas substâncias também são usadas para limpeza hospitalar, vai entender porque bactérias resistentes a esses compostos são tão perigosas para a saúde humana.


E não é só isso, um estudo de 2013, do Instituto Cary deEstudos de Ecossistemas (NY), mostrou que o triclosan se acumula no meio ambiente, principalmente na água. O acúmulo dessa substância na água pode mudar a comunidade de bactérias existente no ecossistema, levando a danos ambientais. Os pesquisadores mostraram que o triclosan alterou a comunidade de bactérias em ecossistemas bentônicos, criou bactérias resistentes e aumentou substancialmente a quantidade de cianobactérias que produzem toxinas.

Triclosan e resistência a antibióticos.
Até agora falamos que o triclosan pode selecionar bactérias resistentes a esse composto, mas o que já era ruim pode ficar pior. Cientistas da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, acabam de descobrir que bactérias com mutações que conferem resistência a quinolonas (um grupo de antibióticos do qual fazem parte a ciprofloxaxina e norfloxaxina, entre outros), também adquiriram outros mecanismos de resistência, entre eles, resistência a triclosan. Os cientistas não sabem muito bem como isso aconteceu e mais estudos são necessários, mas a preocupação é que o inverso possa acontecer, ou seja, bactérias resistentes a triclosan, possam se tornar naturalmente resistentes a quinolonas ou a outros grupos de antibióticos. A hipótese dos pesquisadores é a de que tanto a resistência a quinolona, quanto a resistência a triclosan estão ligadas devido à regulação de respostas a stress nas bactérias.

É bom usar produtos bactericidas?
Eu acredito que depois de todas essas evidências você já pode decidir por você mesmo. Dito isso, eu vou deixar aqui uma das pesquisas que mostram que não existe diferença entre lavar as mãos com sabonetes bactericidas e sabonetes comuns pra você pensar um pouco mais. Também vou deixar um link do texto que eu escrevi sobre microbiota (intestinal) só para você ter uma ideia de como as bactérias estão presentes na nossa vida (e no nosso corpo) nos auxiliando a manter nossa saúde. Além disso, não se esqueça que muitas das substâncias ativas nos sabonetes e detergentes se acumulam no meio ambiente e causam danos não só para saúde humana como para o ecossistema.
Como já dizia o Capitão Planeta: O poder (de escolha) é de vocês!


Referências:
Webber QA, et al. Quinolone-resistant gyrase mutants demonstrate decreased susceptibility to triclosan. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. DOI: https://doi.org/10.1093/jac/dkx201.

www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170703085348.htm

Drury B, et al. Triclosan Exposure Increases Triclosan Resistance and Influences Taxonomic Composition of Benthic Bacterial Communities. Environmental Science Technology. DOI: 10.1021/es401919k.

www.sciencedaily.com/releases/2013/09/130919154433.htm




terça-feira, 8 de agosto de 2017

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Caquexia é uma síndrome que se caracteriza por perda de peso e massa muscular acentuada. É um problema sério e com tratamentos nada eficientes. Essa síndrome costuma atingir pessoas com câncer, doenças renais, doenças pulmonares e falha cardíaca. Pesquisadores da Universidade de Iowa descobriram um possível (e delicioso) tratamento. 
Eles viram que compostos presentes no orégano e no tomilho aumentaram a resistência a exercícios em 37% em pessoas que sofrem de caquexia. Além disso, eles também viram um aumento de 15% em massa de alguns músculos. Agora os cientistas, em parceria com uma farmacêutica, estão trabalhando para conseguir comercializar a substância que poderá ser adquirida sem receita médica. Nada contra a comercialização de produtos naturais que podem ajudar com uma condição médica, mas quem sabe não é mais fácil você temperar sua comida com essas duas ervas deliciosas ao invés de tomar uma pílula?


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

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Algumas vezes, diagnosticar se uma dor de garganta ou uma infecção pulmonar é proveniente de ação de vírus ou bactérias é extremamente difícil. Por conta disso, e para garantir que a infecção melhore, muitos médicos prescrevem antibióticos sem ter certeza se a doença foi realmente causada por bactérias. Isso pode causar danos ao paciente e também, por conta do uso massivo de antibióticos, o favorecimento de superbactérias resistentes. Agora, um grupo de cientistas está conseguindo criar um teste que consegue distinguir com acurácia se a infecção é causada por vírus ou bactérias. O teste usa dados genéticos e foi um dos 10 semifinalistas de uma competição promovida pelo Instituto de Saúde Nacional (NIH) dos Estados Unidos juntamente com o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento em Biomedicina Avançada com o intuito de financiar pesquisas em ferramentas de diagnóstico de resistência antimicrobiana. A patente do teste já foi requerida e agora é só esperar (alguns anos) a sua disponibilidade. Infelizmente essa parte demora, mas é importante saber que muitos pesquisadores estão se esforçando para combater o uso demasiado e indevido de antibióticos.


Mais informações: www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170728153957.htm

Artigo original: https://www.nature.com/articles/s41598-017-06738-3

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

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Perdeu o que foi publicado no Facebook essa semana, não tem problema. Veja agora!

 - UFRGS anuncia curso de verão de neurociências. O curso é direcionado a estudantes com interesse na área e que pretendem fazer pesquisa. Período de inscrições: 28/08 a 29/09/17.
Mais informações: https://cursoneurociencias.wordpress.com/




-Essa é para os biólogos que curtem uma festa e vão estar no RJ em agosto. O Bar Bukowski, em Botafogo, anunciou que biólogos não pagam entrada nos sábados em todo o mês de agosto. As informações estão na página https://www.facebook.com/barbukowskirio/.















- O drama do desaparecimento de abelhas está se agravando cada vez mais. Só no RS, 250 mil colmeias desapareceram em 2015. Segundo especialistas, isso é reflexo do uso de agrotóxicos. Mais informações aqui.










-Você provavelmente nunca viu um estudo tão, tão...surpreendente. É só o que eu posso dizer. Mais informações aqui.










-Um vídeo ilustra o aumento de temperatura no último século no mundo. Incrível e assustador.
Link para o vídeo aqui.

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Uma pesquisa publicada no final de julho finalmente desvenda a possível causa da morte de 12 crianças na zona rural de Bangladesh em 2012. As crianças moravam perto de plantações de lichia e, ao contrário das mortes ocorridas na Índia por intoxicação causada por uma substância na semente da fruta, essas mortes foram relacionadas ao uso incorreto e demasiado de um pesticida chamado Endosulfan. Doze crianças morreram de síndrome de encefalite aguda, que causa inflamação no cérebro. Bangladesh é um dos países que ainda utiliza esse pesticida, apesar de já existirem substitutos menos tóxicos. No Brasil, ele está banido pela ANVISA desde 2013 e os EUA determinaram a descontinuação do uso a partir de 2016.

Endosulfan faz parte de um grupo de químicos chamado Poluentes Orgânicos Persistentes. Esses poluentes são substâncias químicas perigosas, capazes de serem transportadas por grandes distâncias pelo vento, água ou outros meios. Também podes se acumular na cadeia alimentar e causar danos ao ambiente por onde passam.

Para garantir que sua alimentação seja livre de pesticidas e outros químicos que causam danos à saúde, procure, sempre que possível, consumir alimentos orgânicos e de produtores rurais. A natureza e sua saúde agradecem.

-Para acessar o artigo completo, clique aqui.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

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     Um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine avaliou mais de 185 mil pessoas por um período médio de 16 anos e conseguiu relacionar o consumo de café com menor risco de morte por doenças cardíacas, câncer, derrame, diabetes e doenças dos rins. Pessoas que ingeriam uma xícara de café por dia tinham 12% menos chance de morrer dessas doenças. Já aquelas que bebiam duas xícaras de café, tinham uma chance até 18% menor de morrer dessas doenças. O estudo, além de avaliar um número grande de pacientes, também levou em conta a descendência, pois nem sempre os resultados desse tipo de estudo se aplicam para diferentes grupos étnicos. O trabalho entrevistou afro-americanos, americanos com descendência japonesa, latinos e caucasianos. Outra coisa interessante é que o resultado foi o mesmo para as pessoas que tomavam café normal ou descafeinado. 
     Achou os resultados interessantes? Corre lá para a cafeteria agora mesmo e dá uma lida no artigo completo clicando aqui.